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O poema de uma pequenina criança excluída

Os olhos fechados. O som dos pássaros lá fora. O vento bagunçando as folhas das poucas árvores que restam. E mais nada. Eram crianças. Todos eram crianças. Assim como eu sou. Crianças comuns — se seus olhos permanecessem fechados —, mas que guardavam grandes tristezas que só poderiam ser vistas ao abrir das janelas de suas almas.

Todas elas tinham aquilo; aquele olhar. Olhar de menino abandonado. Olhar de menina violentada. Olhar de criança sem pai, nem mãe. Não por que não existissem, não por que não nos amasse, mas por que foram impedidos de ficar conosco. Nosso olhar. Olhar de quem cresce sozinho e todos os dias fecha os olhos para conseguir enxergar o amor. Os olhos pequenininhos, que abertos tinham marcas de falta de carinho. As “mãos” miudinhas, que já cedo aprendiam a cuidar de si.

Danada, essa vida. Tira amor da gente pra gente aprender a sonhar sobre amar. Ou sobre a falta de amor? Talvez sobre a carência de amar.

E as crianças, essas danadas, aprontavam que só ali, quando podia e o senhor não batia. Viviam ali mesmo, não sozinhos, uns com os outros e com o senhor que hora ou outra aparecia. Ele nos chamava de Crianças Perdidas. Não estávamos perdidas, sabíamos onde estávamos, era nossa casa. Suja. Sombria. Mas era ali que nascemos, portanto, até que éramos bem achadas. Morávamos onde havíamos nascido.

Não entendíamos por que ele considerava que nós éramos perdidas? Será que algo de ruim ele sabia? Algo que aconteceria para que estivéssemos perdidas? Algo que somente ele sabia? Mas, mas… ele não parecia se importar, falava com um sentimento interno de deboche. Talvez, seja coisa da minha cabeça, talvez ele falava que estávamos perdidas por não termos proximidade com nossa família, será?

Fingimos não ter medo de nada, mas eu bem sei que todos nós temos medo da noite. É que de noite ouvíamos gritos desesperados de nossos irmãos, que tinham sido pegos pelos amigos do senhor poucas horas antes, não sabemos por que eles gritavam tanto, o que havia acontecido? Acho que no fundo nós sabemos. Sabemos que não somos amados. Apenas, não queremos aceitar.dia-das-crianças-animais-porquinho-veganismo

Nossa eterna dúvida: o que nós fizemos? Será que nossos antepassados não foram bons amigos com os antepassados do senhor? Quanto aos nossos irmãos, que agora ouço seus gritos a distancia, nossa única certeza é que não vamos mais nos ver. É sempre assim. Eles nunca voltam. É tarde da noite. Acho que vou sonhar. Sonhar sobre amar e esperar que amanhã seja um dia diferente.

 

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POR FAVOR, SEJA VEGANO(A) – RESPEITE AS CRIANÇAS DE TODAS AS ESPÉCIES!
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