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Ações, Vale do Paraíba.

 “Se tem violência contra a mulher a gente mete a colher”

A marcha, que começou após um triste episódio de violência sexual em Toronto, ganhou proporção a medida que o caso foi se espalhando nas redes sociais e tornou se então uma marcha feminista realizada no mundo todo.

A marcha também ocorreu em diversas cidades brasileiras e São José dos Campos não ficou de fora.

O ato na cidade foi bem coerente, diferente da forma “badernista” que a mídia divulga e algumas pessoas interpretam, @s presentes na marcha assim como suas mensagens e atitudes exalavam carinho, amor, liberdade e respeito, com excessão de uma ou duas pessoas que estavam obviamente confusas em seus pensamentos e do local onde estavam, ao propagar a mensagem “odeio todos vocês e com o símbolo anarquista” em suas camisas, mostrando claramente que desconhecem o que é o feminismo e o que é o anarquismo que não possuem ligação nenhuma com a ignorância, o ódio, a libertinagem ou a misantropia, mas talvez agora tenham motivo para nos odiar também, enfim, detalhes a parte, podíamos ver claramente na montagem dos banners antes da marcha sair em retirada, as pessoas ajudando umas as outras, na criação dos cartazes e todos sempre com muita boa vontade e um belo sorriso aconchegante no rosto, o clima era de amig@s, era libertário, cidadãos em busca de um mundo mais justo.

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Diferente do que muitas pessoas pensam, o feminismo é um movimento de igualdade e liberdade e não um movimento que visa discriminar os homens (femismo) ou propagar aversão ao ser humano (misantropia), e a marcha deixou isso bem claro, com a postura das pessoas envolvidas e os gritos de “guerra” proclamados.

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“Eu sou mulher, sou feminista. Vim pra acabar com seu conceito machista.
E eu sou homem não sou machista. Por igualdade eu também sou feminista”

Nós, enquanto ativistas pelos direitos animais e lógicamente feministas também participamos da marcha, que dentre vários gritos criativos e interessantes contra a opressão machista e a violência contra a mulher também acabamos por formular o nosso ao perceber a reação negativa de algumas pessoas:

“Eiiii, não é piadaa! – Tem mulher sendo violentadaa!”

Em determinado momento da marcha, paramos no meio do calçadão no centro da cidade e @s ativistas começaram a ler estórias de abusos cometidos contra as mulheres.

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Para o estudante de história da Univap, Bruno Siqueira, a participação de homens na marcha é crucial, visto que o machismo prejudica a sociedade como um todo, ele também é prejudicial ao homem, que é rotulado em um padrão pré-estabelecido do qual “não pode” fugir, sem contar que não seria coerente lutar contra injustiças de classes sociais e fechar os olhos para outras opressões como a machista.

Já a feminista, Mayara de Oliveira, uma das organizadoras da marcha das vadias, acredita que a importância de uma marcha como essa é de alertar e mostrar que não estão sozinhas, que estão todas unidas e unidos, representando aquelas que sofrem violência machista todos os dias, mostrar a população que o machismo não nos intimida mais, que mostramos os seios também, que andamos de sutiã, que usamos roupa curta, que nos vestimos da maneira que quisermos, que lutamos pelos nossos direitos, que denunciamos e que juntas e juntos somos fortes, nosso objetivo é encorajar a denúncia de violência doméstica e a luta diária pela liberdade.

Questionada pelo termo “vadia” e sua má impressão, Mayara lembra que tem mulheres que são chamadas de vadias por que querem estudar, por que querem se separar, por que não casam virgem, por que são lésbicas, a apropriação do nome vadia é por uma questão de libertação e assumição dessa liberdade, a frase que usamos é uma grande verdade, se querer ser livre é ser vadia, então, somos tod@s vadias, é por essa liberdade que lutamos.

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