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Notícias, Taiji.

Filhote de baleia fica 30 minutos se debatendo fora d’água

No sábado anterior, aos protestos mundiais contra aquários do mundo todo, mais um ato de crueldade contra animais em cativeiro chocou o público presente nos parques Sea World.

Desta vez, o ocorrido foi em Orlando, no estado norte-americano da Flórida, no Sea World da cidade, quando em um determinado momento no meio das forçadas apresentações uma pequena baleia-piloto de barbatanas curtas (da família dos golfinhos) pulou para fora da jaula-aquário da qual fica presa a vida toda e se manteve ali por cerca de meia hora sem nenhuma assistência dos treinadores.

“Talvez, por um erro de cálculo, ou em uma tentativa desesperada de fugir dos companheiros de jaula agressivos, por vontade própria de fugir desse stress todo, para ter atenção ou fugir até mesmo do tédio, de qualquer maneira, o ato é suproduto de confinamento e, certamente, uma vida em cativeiro tem implicações potencialmente negativas para a saúde e vida desses animais — disse Courtney Vail, da Whale and Dolphin Conservation.”

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É fato que para um público que pagou para ver animais sencientes, auto-conscientes e inteligentes, nadando “livremente” dentro de uma enorme caixa azul de plástico (que não representa nem 1% da dimensão dos oceanos) ter que ver esses mesmos animais saltando mais de metros e caindo de cara no chão não é nada agradável para os lindos olhos do público que, infelizmente, só percebe a crueldade dos aquários quando está na ponta do nariz.

Neste dia, o visitante Carlo De Leonibus que veio a fazer o registro em foto e vídeo do ocorrido, tinha levado sua família, esposa e filha, para comemorar o 11º aniversário de sua filha no parque e inspirá-la a ser uma treinadora de golfinhos quando crescer.

No entanto, devido ao que presenciou, pretende nunca mais voltar a financiar animais em cativeiro e ainda acrescenta que sua filha não quer mais trabalhar como treinadora, ela pretende seguir algo como biologia marinha, trabalhar com golfinhos fora do cativeiro, nada de animais fora de seu habitat natural, esse é o seu novo objetivo para o futuro.

Carlo comenta que se sentiu surpreso com o descaso dos treinadores e funcionários da Sea World. Ao presenciar o animal fora da piscina por cerca de 10 minutos, mesmo com toda plateia aclamando para que fizessem algo; impaciente, ele resolveu que ia pessoalmente comunicar um dos funcionários da Sea World e obteve a fria resposta: “Eles ensinam o animal a fazer isso mesmo e depois ele volta para a água”.

Ele ainda afirma que os funcionários não estavam nem olhando para o animal e davam risada para a preocupação da plateia, eles agiam como se isso acontecesse o tempo todo.

“A multidão estava extremamente furiosa. As pessoas estavam batendo os pés. Todo mundo queria que o golfinho que agonizava fosse ajudado”.

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Em determinado momento, até outro golfinho tentou ajudá-lo. Após, o animal começar a se contorcer fora d’água. Irritado, por tudo que acontecia, Carlo decidiu fazer um pequeno registro do sofrimento do golfinho e da reação desesperada da plateia que aclamava por atenção. Desde sua publicação no youtube, o vídeo só tem aumentado sua expansão exponencialmente e criado uma repulsa em relação aos cativeiros de animais, como o parque Sea World.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=vLnGBK7O7KI 610 430]

Após a postagem, Carlo foi contactado pela escritora ambiental Elizabeth Batt que lhe contou tudo sobre o cativeiro e como os animais vão parar nos shows. “Eu não tinha ideia que os funcionários da Sea World poderiam se importar tão pouco ou não ter compaixão nenhuma por um animal preso e é mais assustador ainda pensar que os animais dependem do cuidado deles”.

Situação dos animais
Animais como golfinhos e baleias chegam a viajar quilômetros por dia; baleias-piloto quando em habitat natural chegam a viver com cuidados maternais até os 15 anos de suas vidas, elas são geralmente encontradas em águas com profundidade de 1000 a 2000 metros, um nível humanamente impossível para aquários, em contrapartida, esse animal é muito conhecido por efetuar mergulhos profundos, onde inclusive caça peixes, crustáceos e lulas para sua alimentação; já os golfinhos são principalmente conhecidos por serem altamente sociáveis com membros de sua espécie e de espécies diferentes, é claro, quando não exposto a situação de stress em cativeiro, são animais que possuem ecolocalização, ou seja, visualizam a paisagem marítima através do eco (som), emitem um sonar que rebate nos objetos e volta posteriormente para si, onde o animal decodifica e se orienta, porém, em situações de aquários, o animal é constantemente perturbado por esse sistema de “visão”, o que em comparação a experiências humanas seria o mesmo que vivermos em uma caixa acústica que produz ecos durante 24 horas.

Captura
Os animais em aquários são violentamente perseguidos e capturados para realizar trabalhos forçados em parques aquáticos do mundo todo, os animais são todos capturados em grupo/família e escolhidos a dedo quais serão usados para “entretenimento” e quais serão mortos para o uso de sua carne, em sua maioria, são capturados em Taiji (Japão). O filme de nome “The Cove – A Enseada” retrata a situação da captura desses animais de seu habitat natural e também a sua relação direta com os aquários, em especial, o Sea World.

 

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