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Em um esforço para proteger os frágeis ecossistemas de recifes de coral e as espécies marinhas que deles dependem, a ONG Sea Shepherd Conservation Society lançou uma nova campanha pelo fim do comércio lucrativo de aquários do Havaí. A indústria multibilionária, que sobrevive da exploração de estimados 500 mil peixes tirados das águas do estado de Aloha a cada ano, é considerada pelos ativistas uma grande ameaça à diversidade e à sobrevivência dos recifes. As informações são da Mother Nature Network e a tradução foi feita pela ANDA.

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“O comércio de aquários é um hobby obscuro”, disse Mike Long, coordenador de defesa de recifes da Sea Shepherd, em um comunicado. “Nós estamos gratos por estar aqui envolvidos em um movimento para proteger um ecossistema tão notável”.

No mundo todo, estima-se que 30 milhões de animais marinhos sejam pegos em recifes em mais de 40 países, com os Estados Unidos sendo o maior importador, seguido pela Europa e pelo Japão. De acordo com números da Sea Shepherd, mais de 90% desses animais acaba morrendo em menos de doze meses devido ao estresse da captura e do transporte ou por causa das condições no cativeiro.

Uma vez que a maioria dos peixes é capturada na Indonésia e nas Filipinas (região apelidada de “Triângulo de Coral”), os ativistas estão focando no Havaí o seu trabalho de elevar a conscientização e influenciar novas regulamentações que, no futuro, espera-se que repercutam para muito além.

“Nós podemos perder o apoio das pessoas que mantêm a vida marinha em cativeiro como um hobby, mas como o Capitão Paul Watson declarou, nossos clientes são as criaturas do oceano”, disse Robert Wintner, vice presidente da Sea Shepherd. “Esperamos que todas as pessoas que estão preocupadas com os oceanos reconheçam a importância de proteger ecossistemas de recifes no mundo todo, e que se qualquer um dos nossos apoiadores estiver mantendo vida marinha em um aquário, que cuide do que já tem e abstenha-se de comprar mais”.

Os esforços da Sea Shepherd no Havaí incluem o trabalho com lojas de equipamentos para mergulho e junto à comunidade praticante do surf, além do registro de imagens do comércio de animais para aquário, um movimento que recentemente resultou com um de seus mergulhadores sendo atacado por um coletor de peixes.

“À medida que os mergulhadores da Sea Shepherd aproximaram-se do recife, eles se depararam com dois outros mergulhadores manipulando corais e coletando peixes. Quando eles filmaram a certa distância, um dos coletores percebeu a câmera de longe e correu rapidamente para cima do mergulhador Rene Umberger e, sem aviso, puxou o regulador de ar da sua boca”, escreveu a organização em um comunicado à imprensa.

Paul Watson, fundador da Sea Shepherd acrescentou: “Esse incidente mostra o quão longe os caçadores de peixes estão dispostos a ir em suas operações gananciosas que estão transformando ecossistemas de recifes, antes repletos de vida, em terrenos baldios. Os recifes estão morrendo na nossa época, e a Sea Shepherd continua comprometida a expor a destruição causada pelo comércio global de aquários”.

 

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