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Numa tentativa de propagar o rodeio como uma atividade “boazinha” para com os animais, a Confederação Nacional de Rodeio (CNAR) fornece uma certificação chamada “Rodeio Legal”, que oferece um “selo verde” aos rodeios que juram não maltratar os animais.

O presidente da CNAR, Roberto Vidal, afirma que o “selo” “é a garantia de que o animal não sofre maus-tratos”, ignorando que são utilizados equipamentos como o sedém e a peiteira que fazem o touro ou cavalo pular por incômodo ou dor.

Diz-se que a fiscalização é feita por meio do Comitê de Segurança e “Bem-estar Animal” da CNAR, composto por veterinários e outros profissionais da área. Esse comitê acompanharia o animal desde a fazenda até o rodeio para garantir a qualidade do certificado. No evento,  inspecionariam instrumentos como as esporas dos peões, a alimentação dos animais, a estrutura do rodeio, entre outros quesitos.

O primeiro rodeio que recebeu tal “selo” foi a Festa do Peão de Indaiatuba, em agosto de 2011. Afirma o presidente da CNAR que “isso dá um retorno positivo aos organizadores de rodeio, prefeituras e patrocinadores”, revelando o interesse econômico por trás da farsante iniciativa.

Por enquanto, há seis rodeios “certificados” em São Paulo, e a partir de 2013 é que rodeios de outros estados poderão receber tal “selo verde”.

Tal iniciativa, como os defensores dos animais podem deduzir, é uma farsa comparável a uma fazenda que explora trabalho escravo afirmar que trata “bem” seus trabalhadores mesmo lhes negando liberdade ou remuneração e receber por isso a bênção do Ministério do Trabalho. Selo nenhum pode esconder a realidade: que os animais explorados nos rodeios são escravos e só fazem a festa “funcionar” porque são incitados ao incômodo ou à dor. E causar incômodo é inquestionavelmente um maltrato.

Clique e escute o áudio de “André Trigueiro – Rodeios são opções de ‘lazer’ de mau gosto” na CBN Brasil, aqui.

Informações: Anda

 

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