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Ações, Taiji.

Terça-feira – 11/12:

Hoje acordei torcendo para que o tempo estivesse ruim, nem que eu precisasse congelar lá fora, tudo para que os pescadores não conseguissem capturar golfinhos e baleias.

Como de costume, o grupo se dirige para a cidade de Taiji antes mesmo do sol nascer, estava muito frio, chegamos no local onde os barcos de pesca saem e aguardamos até sua saída. Depois que os 12 barcos partiram fomos para um local onde podíamos observá-los, ficamos aguardando algumas horas até que vimos uma movimentação e vimos que eles haviam capturado algum animal.

Partimos para um outro local onde se pode observar melhor quando eles capturam e vimos que eles haviam capturado golfinhos, até então não sabíamos qual era a espécie.
No momento, eles estavam em 9 barcos que começaram a cercar o grupo, e assim foram trazendo eles até para mais perto da enseada, os golfinhos nadavam devagar e isso já começou a me deixar agoniada, desejando muito para que eles conseguissem fugir, mas os pescadores faziam de tudo para levá-los o mais perto possível do local de abate, eles batiam algo nos barcos para fazer barulho e assim os golfinhos se assustavam e nadavam na direção contrária da que eles estavam e consequentemente iam se aproximando da enseada.

O barulho já era irritante para nós que estávamos a metros de distância, fiquei pensando o quanto isso era pertubador para aqueles pobres animais, minha agonia só aumentava ao vê-los em direção a morte que os aguardava.
Eles cercaram os golfinhos em várias etapas, cada vez mais iam diminuindo seu espaço, assim aproximando do local de abate, neste momento pudemos ver qual a espécie era, no caso, era os golfinhos listrados, foi a primeira vez que vi esses lindos animais nadando livres, me lamentava a cada segundo por eles serem tão próximos do ser humano, por acharem que o ser humano é amigo e quererem se aproximar, se socializar, infelizmente, estas pessoas que eles se aproximaram são pessoas que não tem sentimentos, pensam somente no dinheiro e os vêem como objetos e comida, que no caso representa esses pescadores e não toda população japonesa.

Quando eles foram cercados, muitos golfinhos por estarem nervosos e com medo  se atiravam nas rochas nas laterais da enseada em uma última tentativa desesperada de fugir e acabavam se machucando, podia se ver claramente que eles já sabiam o que os aguardavam, era muito triste ver essa cena, os pescadores e alguns treinadores os puxavam a força e alguns deles foram amarrados nos barcos e levados para o local de abate.

Víamos famílias, mães e filhos nadando juntos, uma cena que jamais esquecerei na minha vida, eu sabia o quê estava por vir, mas quando você vê pessoalmente com seus próprios olhos e não pode fazer nada, é uma dor horrível.

Pouco a pouco eles iam levando os golfinhos para o local de abate, eles cobrem o local para não tirarmos fotos, mas dava para escutá-los lá dentro, víamos o sangue sair de lá, imagens iam passando na minha mente, como os vídeos que eu assisti pela internet, triste demais por estar perto e não poder fazer nada para impedir, mas sabia que estar lá, como Guardiã da Enseada seria uma maneira de ajudar.

Enquanto alguns golfinhos eram dirigidos para o local do abate, um golfinho jovem foi capturado e levado para o Museu das Baleias, na cidade de Taiji mesmo.
Foi muito triste ver um golfinho que tinha escapado, lutado muito para conseguir fugir e depois acabou sendo capturado pelos pescadores para ser levado ao abate, tudo com a ajuda de um dos treinadores. Depois de ver toda sua família sendo abatida ele foi arrastado a força, para ser assassinado da mesma forma que sua família.

Depois de matar todos, alguns barcos levaram os cadávers de golfinhos para o local de processamento da carne, mas escutamos alguns golfinhos ainda vivos dentro do local de abate, batendo suas caldas, gritando, isso também é uma das coisas que jamais esquecerei.

Ver tudo aquilo pessoalmente pela primeira vez, foi uma experiência horrível, mesmo estando aqui não esperava que fosse acontecer e estava positiva por dias “azuis”. Fiquei enjoada em ver aqueles pescadores fazendo tudo aquilo com sorriso nos lábios, rindo, se divertindo mesmo com a situação, mostrou que eles não tem um mínimo de sentimento nem se quer por um bebê, nem os treinadores que estavam lá se mostravam incomodados com tudo aquilo, haviam treinadoras mulheres também, não consigo entender como eles podem estar em contato diário com esses animais e não ter nada de sentimento por eles.

Hoje, foi um dia muito difícil para todos os guardiões, agradeço pelo apoio que um dá ao outro neste momento, a única coisa que nos resta fazer é registrar tudo e poder passar essas informações para quanto mais pessoas possíveis.

Se você viu, assistiu e também é contra, ajude-nos a acabar com essa exploração, vale lembrar que esses animais que foram arrastados para o abate tiveram seus familiares tirados a força e vendidos para os parques aquáticos de todo o mundo, um parque muito polêmico entre os ativistas e defensores é o “Sea World”, mas há muitos deles espalhados pelo mundo, então peço à vocês que estão lendo isto agora: NÃO vão nesses parques e em nenhum outro que tenham animais para entretenimento, se vocês são contra o abate desses animais não devem apoiar esses parques porque eles nunca vão parar enquanto tiver público para assistir.

Se cada um que ver isto espalhar para pelo menos 5 amigos já será bom para a causa, as vezes, compartilhamos tantas bobeiras pela internet e deixamos de divulgar coisas importantes, não deixe para depois, faça agora mesmo, por favor!

Vamos torcer para que amanhã seja um dia “azul” em Taiji e esses animais belos possam continuar com suas vidas, livres, como TODOS os animais deveriam viver!

 

 Confira mais fotos do 2º dia em Taiji, aqui!

 

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• Faça uma doação a SSCS !

• Divulgue suas ações pela internet (cyberativismo) e presencialmente também !

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