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Otimismo.

A Ciência pode salvar animais dos testes científicos

Há quase quatro anos, ativistas invadiram o Instituto Royal, no interior de São Paulo, acusado de violentar animais (cães, coelhos e camundongos) que eram usados em pesquisas e testes de produtos farmacêuticos.

O episódio abriu a discussão a nível nacional sobre os animais usados em experimentação, mas projetos de lei que tentam estabelecer regras ou abolir essas práticas e fazer valer métodos alternativos tramitam lentamente no Congresso Nacional.

No Brasil, o próprio Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) afirmou ao Jornal O TEMPO (MG) que reconheceu 31 métodos alternativos que não fazem uso de animais, no entanto, o Portal Veganismo verificou a publicação de duas Resoluções Normativas (RN 18 e RN 31) e encontrou apenas 24 métodos alternativos validados, mas uma parte deles ainda cita o uso de animais.

Essas medidas foram aceitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Existem outros meios para testar se um produto provoca a corrosão em células, por exemplo. “O desenvolvimento de pele artificial permite a aplicação de muitos testes sem a utilização de animais”, garante a titular do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IBUSP) e representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Lucile Maria Floeter.

Peles e tecidos humanos desenvolvidos em laboratório e “minicérebros” usados na investigação do zika vírus são algumas das principais novidades.

Outra promessa são os “órgãos em chip” – dispositivos que imitam tecidos e órgãos do corpo para a realização de ensaios toxicológicos. Com esse instrumento, pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC), da USP, criaram um ambiente similar ao dos vasos sanguíneos para cultivar células humanas e estudar os efeitos das nanopartículas de dióxido de titânio, usadas em protetores solares e cosméticos.

Em 2015, já havíamos publicado aqui no Portal Veganismo uma notícia sobre esses chips, na época, tratava-se de um chip que simula o coração humano, uma tecnologia que responde a aplicação de medicamentos da mesma forma que um músculo faria no corpo de um ser humano.

A equipe ainda tem o ambicioso objetivo de tentar determinar se o sistema “chip-coração” pode ser ligado a outros “órgãos chip” para modelar interações multi-órgãos.

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